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Resi Kasa
A Luta Clandestina assumiu complexa e decisiva importância no longo processo de Resistência do Povo de Timor-Leste contra o ocupante estrangeiro.
Nas vilas, aqueles que eram parte integrante da organização asseguravam a ligação com as montanhas, fornecendo alimentos, medicamentos e géneros de primeira necessidade, recolhendo e divulgando documentos da Resistência e, muitas vezes, abrigando em suas casas membros da Luta e estabelecendo as necessárias e possíveis pontes com o exterior.
Os timorenses perceberam desde o início da invasão do seu país pelas forças indonésias a importância de preservar e guardar os registos da heróica resistência, escritos, sonoros, visuais.
Pondo em risco a sua própria vida e a das suas famílias, escondiam em casa preciosos arquivos que retratam o dia-a-dia dos seus irmãos nas montanhas.
Numa sociedade de matriz oral, é extraordinária a clarividência demonstrada ao longo dos anos em preservar a memória da Luta, a que não é, certamente, alheia uma dimensão sagrada da existência. Com coragem, inteligência, sabedoria e persistência souberam esconder do inimigo milhares de documentos, que chegaram até aos dias de hoje, muitas vezes em deficientes condições de conservação, pois em situações de ataque, cerco, foram quantas vezes enterrados, assim permanecendo durante anos.
Os excertos de vídeos que aqui disponibilizamos, entregues por Augusto Borges (Resi Kasa), colaborador da Zona Autónoma de Dili/ODIR Zebra Celeiro, evidenciam a importância que os responsáveis da Luta sempre reconheceram na preservação da sua memória. Trata-se de pequeno conjunto de registos, de grande relevância documental, designadamente sobre a actividade clandestina e sobre as reuniões de dissolução do CNRT, em 2001, em Dili.