Documentação relacionada com a criação e desenvolvimento da Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas (CONCP), testemunhando a atividade desta organização desde a conferência de Casablanca (1961), até à conferência de Dar-es-Salam (1965), incluindo os apontamentos de preparação da primeira conferência, a constituição das delegações, a elaboração dos estatutos, a edição com as resoluções da segunda conferência, e os documentos relacionados com a atividade regular da CONCP no campo diplomático e na prossecução do objetivo de coesão entre os diversos movimentos de libertação.
Ver também: Mário Pinto de Andrade > 02. Afirmação Africana > MAC-Movimento Anti-Colonial; Mário Pinto de Andrade > 03. Acção Militante > FRAIN; Mário Pinto de Andrade > 03. Acção Militante > CONCP; Mário Pinto de Andrade > 04. Lutas de Libertação > 04. Investigação e Textos > Amílcar Cabral; Mário Pinto de Andrade > 08. Fotografias > 03. Acção Política > 1. CONCP; Amílcar Cabral > 07.Fotografias > 2.CONCP; Amílcar Cabral > 05.Correspondência
A reunião constitutiva da Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas (CONCP), organizada pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e pela Liga de Goa, teve lugar em Casablanca, em abril de 1961, ocasião em que se extinguiu a FRAIN.
Na I Conferência da CONCP reuniram-se 13 delegados representantes das organizações de Angola, Cabo Verde, Guiné, Goa, Moçambique e São Tomé e Príncipe, com o objectivo de coordenar os esforços dos movimentos nacionalistas e estabelecer a unidade de ação e os meios efetivos para iniciar a luta contra o colonialismo português, apelando à criação de frentes comuns de luta, que estivessem de acordo com o espírito da CONCP.
Na II Conferência das CONCP, em Dar-es-Salam, de 3 a 8 de outubro de 1965, Amílcar Cabral proferiu o discurso "A unidade política e moral - força principal da nossa luta comum", apresentando a unidade africana como elemento estratégico na prossecução do objetivo primordial da independência e união nacional.
A CONCP granjeou aos movimentos de libertação o desejado reconhecimento e projeção no plano internacional. Foi no âmbito das suas iniciativas que estes movimentos conseguiram o apoio moral e material da Organização de Unidade Africana (OUA), e o estabelecimento das bases legais da luta, que as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o direito à independência dos povos africanos das colónias portuguesas ajudaram a consolidar. Foi neste contexto, e na sequência de diversas tentativas, que o MPLA foi finalmente reconhecido enquanto movimento autêntico e representativo da luta de libertação do povo angolano.