A Escola-Piloto, localizada em Conakry, foi criada na sequência do I Congresso do PAIGC, realizado no interior da Guiné-Bissau, em Cassacá, de 13 a 17 de fevereiro de 1964. Os seus primeiros alunos foram, precisamente, muitas das crianças que aí tinham acorrido, acompanhando os dirigentes das diferentes regiões e que, de acordo com as orientações de Amílcar Cabral, foram levadas para Conakry, a fim de aí poderem receber instrução. A partir deste momento, começou a funcionar a Escola-Piloto, cujo ensino veio a estender-se até ao 6º ano, quase sempre ministrado em português, por professores guineenses, caboverdianos e, pelo menos, também um português.
O Instituto Amizade foi criado pelo PAIGC em 1965, encarregando-se da gestão das escolas, do desenvolvimento de currículos e materiais, da distribuição de bolsas de estudo no exterior (Bulgária, Checoslováquia, Cuba, Hungria, Jugoslávia, República Democrática Alemã, Roménia, Estados Unidos e União Soviética), da organização de seminários para adultos, e da formação de quadros.
Entre 1966 e 1974, o PAIGC produziu 4 livros de leitura para o ensino primário, entre estes “O Nosso Primeiro Livro de Leitura”, e 4 manuais temáticos, um dos quais sobre “História Geral da África”, resultado das lições no Centro de Aperfeiçoamento de Professores, dando forma à ideia de regresso do povo à sua história e de uma história de África que contasse a perspetiva dos africanos.
A Escola-Piloto deu lugar a numerosas iniciativas congéneres no interior das regiões libertadas da Guiné-Bissau e no Senegal, onde foi inaugurada em 1972 a Escola Teranga, em Ziguinchor. Estas ações do PAIGC valeram-lhe, ao tempo, inequívoco reconhecimento internacional, desde a UNESCO até ao de países como a Suécia e a Holanda ou, por exemplo, a presença em Ziguinchor durante cerca de três meses de Maurice Béjart, para apoiar a coreografia dos jovens vindos do interior da Guiné que estavam a preparar a sua participação no Festival Mundial da Juventude.