O Centro de Estudos da Guiné Portuguesa é criado na sequência das comemorações do V Centenário da Descoberta da Guiné, que decorreram de 23 de Julho de 1945 a 31 de Outubro de 1947. Num esforço de desenvolvimento da colónia a que não é alheia a tomada de posse do novo governador, o Capitão Tenente Manuel Maria Sarmento Rodrigues, posteriormente Ministro das Colónias/Ultramar, é no âmbito destas que, por Portaria de 22 de Julho de 1945 (publicada no Boletim Oficial da Colónia n.º 29, da mesma data), o Boletim Cultural da Guiné Portuguesa surge. Cinco meses mais tarde, por Portaria de 13 de Dezembro de 1945, é criado então o Centro de Estudos, cujo objectivo era o de «promover o desenvolvimento cultural da Guiné Portuguesa, proceder à organização do «Museu da Guiné Portuguesa» e dirigir a publicação do «Boletim Cultural da Guiné Portuguesa».
A publicação do Boletim Cultural (que se encontra integralmente digitalizado no site do projecto "Memória de África" http://memoria-africa.ua.pt/collections/BCGP/tabid/175/language/pt-PT/Default.aspx) começa logo em 1946 e mantém-se regularmente, com 4 números anuais, até 1973. Paralelamente, o Centro de Estudos edita igualmente outras publicações ("Memórias"), fruto do trabalho dos seus membros e bolseiros.
Tratando-se de uma instituição colonial, não devemos, contudo, olhar para a sua produção apenas como propaganda ao regime. A qualidade das suas investigações em campos como a biologia, a antropologia, a geografia e muitos outros faz com que este precioso espólio ainda hoje seja útil muito para além do mero interesse histórico. É aliás de notar que o actual INEP surge da extinção/reorganização do anterior INIC (Instituto Nacional de Investigação Científica) que, precisamente, tinha sido criado no periodo pós-colonial como continuação lógica do Centro de Estudos, integrando toda a sua biblioteca e documentação.
