Fotografias de mortos e sobreviventes do Massacre de Batepá, ocorrido a 3 de Fevereiro de 1953, de conteúdo sensível.
Procurando dissipar a conspiração contra a dominação colonial portuguesa, o governador Carlos Gorgulho fomentou uma onda de repressão violenta que resultou num número ainda hoje indeterminado de mortos.
Muitos foram abatidos a tiro, em caçadas levadas a cabo por milícias de voluntários. Diversos foram queimados. Alguns morreram asfixiados em celas demasiado pequenas para o número de presos que continham. Muitos foram sujeitos a trabalhos forçados na praia de Fernão Dias. Um dos castigos consistia em «vazar o mar»: presos com correntes, eram obrigados a entrar no mar para encher grandes selhas de água salgada, apenas para as despejar em terra, pouco depois.
Interrogados sob tortura, chicoteados, submetidos à utilização de uma cadeira eléctrica, os presos eram obrigados a confessar o seu envolvimento numa revolta que pretenderia matar o governador e os colonos e distribuir entre si as mulheres brancas. Mais tarde, a própria PIDE havia de negar a existência da conspiração referida pelo governador.