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Info Fotografias: 103

Campanhas do Cuamato de 1907 e Grande Guerra 1914-1915
O álbum fotográfico "Campanhas do Cuamato de 1907 - Grande Guerra 1914-1915" foi organizado por José de Almeida "Pesca-Rãs", com a data de 1937. Inclui fotografias de dois momentos da ocupação portuguesa no Sul de Angola (território dos Ovambos) protagonizados por Alves Roçadas, a Campanha do Cuamato (1907) e o Combate de Naulila (1914). As imagens seleccionadas pelo autor reportam, essencialmente, os aspectos militares e tácticos da campanha de 1907.

Campanha do Cuamato (1907)
Campanha militar comandada por Alves Roçadas junto ao rio Cunene com o objectivo de pôr termo à resistência dos Cuamatos e ocupar a “parte portuguesa” do Ovambo (território parcialmente integrado no Sudoeste Africano, após o acordo luso-alemão de 1886 que fixara as fronteiras no sul de Angola), vingando assim a derrota de 1904, que ficou conhecida como «desastre do Vau do Pembe».
O ano de 1906 é marcado pela reorganização das forças militares no Sul de Angola, a construção de duas pontes sobre o rio Cunene e a fortificação da colina que viria a ser o Forte Roçadas.
Em 1907 Paiva Couceiro é nomeado governador-geral e embarca com as tropas do Reino que iriam compor a expedição de Alves Roçadas (soldados europeus e africanos), chegando a Angola no final de Junho. A concentração das forças expedicionárias no Cunene leva cerca de dois meses.
A expedição militar sai de Forte Roçadas a 27 de Agosto em direcção à embala do Cuamato Pequeno (Maghogo), pelo planalto do Mufilo, onde se dá o primeiro combate. A 28 de Agosto inicia-se a instalação de um posto fortificado em Aucongo, onde chega, no dia 1 de Setembro, uma coluna com mantimentos.
Alves Roçadas recomeça a ofensiva a 10 de Setembro, encontrando resistência em Damequero e, dez dias depois, em Mupala. A 22 de Setembro a coluna militar toma o Cuamato Pequeno, após o incêndio da embala do soba Sihetekela, e tem início a construção do Forte D. Luís de Bragança, em Maghogo. A 4 de Outubro as forças expedicionárias saem do Forte D. Luís para ocupar a embala de Chaúla, soba do Cuamato Grande, em Nalueque.
Combate de Naulila (1914)
Alves Roçadas é nomeado governador da Huíla na véspera do incidente de Naulila, que opôs forças portuguesas e alemãs na fronteira sul de Angola, em Outubro de 1914.
Em Novembro de 1914, a informação de que o major Franke estava a progredir em direcção ao Sul de Angola, território cobiçado pela Alemanha, levou Alves Roçadas a dispôr as suas tropas entre o Humbe e a fronteira, e a reforçar a defesa dos fortes do Cuamato e de Naulila (comprometendo assim o plano anterior de uma expedição metropolitana que iria reeditar a vitória do Cuamato e recuperar o controlo efectivo junto à fronteira).
Franke avançou para a fronteira acompanhado de Sihetekela, o que teve como consequência a passagem dos Cuamatos que guarneciam as linhas avançadas portuguesas para o lado do soba expulso sete anos antes do Cuamato Pequeno. No dia 18 de Dezembro de 1914 o exército português é confrontado com as tropas europeias do exército alemão em Naulila e sofre uma pesada derrota, tendo o número de baixas ultrapassado as da guerra luso-cuamata de 1907. A ordem para abandonar o Ovambo é dada por Alves Roçadas, precipitando assim a retirada do Cuamato, Cunene e Humbe.