Material capturado pelo PAIGC ao exército colonial português

Introdução

O Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares assinala as independências das ex-colónias portuguesas, lançando diversas iniciativas que pretendem ilustrar, na sua diversidade, o que aconteceu há 40 anos.

A ditadura conduziu Portugal a uma guerra em 3 frentes contra as aspirações independentistas das suas colónias, recusando quaisquer negociações. A matriz colonialista do regime pretendeu assim contrariar as independências que varriam a Ásia e África e manter subjugados os territórios e as populações sob administração portuguesa.

A guerra colonial durou 13 anos e envolveu, do lado do governo português, cerca de 1 milhão de soldados recrutados na metrópole e mais de 450.000 recrutados nas três colónias.

Ao longo desses anos de guerra, os efetivos militares em Angola duplicaram entre 1961 e 1973, na Guiné-Bissau aumentaram 3,5 vezes, entre 1963 e 1973 e, em Moçambique, quase triplicaram entre 1964 e 1973.

E, no entanto, foi essa guerra e as lutas de libertação dos povos sob domínio colonial que conduziram à derrota do próprio regime em 25 de Abril de 1974.

Como consequência direta, as várias colónias portuguesas tornaram-se independentes em 1975, há 40 anos.

Sublinhe-se aqui que a Guiné-Bissau já tinha proclamado unilateralmente a sua independência dois anos antes e Timor-Leste viria a ser oprimido pela invasão indonésia logo após a sua proclamação da independência, que só reconquistaria em 2002.