O arquivo de Marcelo Curto abrange praticamente toda a sua vida profissional e política, num âmbito cronológico que vai de 1957 a 1999. Contém documentação relativa à oposição ao Estado Novo e relacionada com a problemática da autogestão na administração das empresas e de organização do trabalho e meios de produção, após o 25 de Abril de 1974. Nela se inclui um conjunto de documentos sobre a criação do CEAG - Centro de Estudos e Apoio à Autogestão, materiais relacionados com congressos, seminários e mesas redondas realizadas em torno do assunto, legislação e contactos com diversas empresas efetuados pela Comissão Parlamentar de Trabalho, da qual Marcelo Curto fez parte.
Contém igualmente uma grande diversidade de recortes de imprensa e publicações periódicas, com incidência nas temáticas do trabalho e movimentos sindicais, do período antes e pós 25 de Abril, e documentos de trabalho reunidos por Marcelo Curto enquanto consultor jurídico de diversos sindicatos, e resultantes do seu relacionamento com várias empresas, além de materiais relativos à CGTP e à UGT.
Inclui ainda documentos políticos produzidos por diversos partidos durante a época de eleições, documentação relacionada com a atividade parlamentar de Marcelo Curto e decorrente dos cargos de Secretário de Estado e Ministro do Trabalho, bem como documentação do PS e da Esquerda Laboral.
Alguns conjuntos dizem respeito ao concelho de Oeiras e à atividade na respetiva Câmara Municipal, onde Marcelo Curto foi vereador.
Salienta-se ainda a existência de alguma documentação relacionada com a Maçonaria, diversos textos, apontamentos e vários cadernos de poesia da autoria de Marcelo Curto, além de materiais de apoio à preparação de alguns dos livros por este publicados.
Fundação Mário Soares e Maria BarrosoMilitar, sindicalista e político.
Francisco Manuel Marcelo Monteiro Curto nasceu em Santa Margarida, concelho de Idanha-a-Nova, em 1939.
Cumpriu serviço militar como alferes miliciano em Angola, entre 1961 e 1963, experiência que relatou no livro “Tu não viste nada em Angola”.
Licenciou-se Direito pela Universidade de Lisboa.
Iniciou o seu percurso político em 1969, integrando as listas de candidatos pela Comissão Democrática Eleitoral.
Em 1973 foi um dos impulsionadores do III Congresso da Oposição Democrática, em Aveiro, tornando-se ainda nesse ano num dos fundadores do Partido Socialista.
Ao longo da sua carreira de advogado foi consultor de vários sindicatos, tendo estado ligado à fundação da CGTP em 1970, com a qual viria mais tarde, já depois do 25 de Abril de 1974, a entrar em conflito devido à questão da unicidade sindical. Em 1977 acabou por sair da CGTP para ser um dos cofundadores da UGT.
Foi deputado entre 1975 e 1987, tendo se destacado como defensor do movimento cooperativo e autogestionário.
Ocupou também o cargo de Secretário de Estado do Trabalho no VI Governo Provisório, e, durante o I Governo Constitucional, presidido por Mário Soares, deteve a pasta de Ministro do Trabalho, tendo sido sob a sua égide que foram publicados diplomas como o do direito à greve, quotização sindical e despedimentos por justa causa.
Na década de 1980 integrou a Esquerda Laboral, tendência integrada no Partido Socialista.
Foi igualmente professor universitário e vereador da Câmara Municipal de Oeiras.
Morreu a 2 de fevereiro de 2001.
271 unidades de instalação
Parcialmente tratado