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Info

Ingeborg Lippman
O arquivo de Lippman é constituído por cerca de 6.278 registos fotográficos (2.411 negativos a preto e branco, 3.081 diapositivos e 656 provas fotográficas) e 52 registos textuais, incluindo textos de reportagens da sua autoria, correspondência com os editores de revistas e jornais, legendagem das fotografias, boletins noticiosos, credenciais, entre outros materiais produzidos no contexto das reportagens nos países e territórios no Médio Oriente, Europa, África e América do Sul, que ilustram a sua carreira ao longo de várias décadas.
Estes registos documentam, entre outros eventos, a Guerra Civil Libanesa, a transição para a independência de Angola e Moçambique e a Guerra Civil Angolana. Um conjunto substancial de imagens corresponde a registos de vida selvagem, onde se destaca a fauna africana. O arquivo também inclui histórias de Lippman sobre as cidades históricas de Istambul, Cairo, Palmira, Damasco e Tiro e uma coleção de fotografias de Portugal durante os anos 60.

Instituição
Fundação Mário Soares e Maria Barroso

Nota biográfica/Institucional
Fotojornalista
Nasceu em Berlim.
Cidadã norte-americana que se dedicou ao fotojornalismo, especializando-se na cobertura de conflitos no Médio Oriente e em África.
Ingeborg Lippman começou a sua carreira de fotojornalista profissional em 1963, na United Press International em Lisboa, percorrendo o país e registando aspetos do quotidiano da população portuguesa, focando em particular as crianças e os jovens. Durante os anos 60, cobriu a guerrilha em Moçambique e no Zimbabwe. Em 1971 publicou um livro fotográfico, de cariz etnográfico, sobre um jovem pescador de Peniche, “A Fisherboy of Portugal”.
Entre 1974 e 1976, Lippman, à época correspondente do jornal The New York Times, dedicou especial atenção às mulheres em dois projetos fotográficos. Em Portugal, no Alentejo, onde registou o trabalho no campo das mulheres no contexto da Reforma Agrária, e em Moçambique, onde retratou as guerrilheiras da FRELIMO e as sessões de informação que se destinavam a promover, junto das populações locais, a emancipação e libertação das mulheres no país recém-independente.
Acompanhou também a transição de Angola e Moçambique para a independência. Em setembro de 1974, entrevistou o líder da UNITA, Jonas Savimbi, na região de Sakalemba. No dia 25 de junho de 1975, registou a cerimónia da independência e a tomada de posse do Presidente Samora Machel no estádio da Machava, em Maputo. O início da guerra civil levou Lippman de volta a Angola, onde permaneceu perto de dois meses em território controlado pela UNITA, produzindo uma série de reportagens para o The New York Times sobre a retirada de colonos portugueses e cidadãos africanos do Huambo, o conflito entre o MPLA, a UNITA e a FNLA, a cisão da coligação UNITA e FNLA e a intervenção estrangeira na guerra.
A paixão de Lippman pela fauna africana é visível nas fotografias dos parques nacionais de Gorongosa (Moçambique), Amboseli (Quénia), Etosha (Namíbia) e no Parque Nacional dos Vulcões de Virunga (Ruanda), onde pôde observar de perto os gorilas-das-montanhas, no âmbito de uma reportagem para a revista Time.
No final dos anos 80 e durante os anos 90, Lippman realizou uma série de reportagens em que retratou a diversidade social, económica, política, cultural e religiosa de cidades do Médio Oriente, como o Cairo, Istambul, Palmira, Damasco e Tiro, buscando as raízes históricas e civilizacionais dos conflitos de que foram palco.
A partir de Beirute, Lippman cobriu sistematicamente a guerra civil libanesa, abordando as diferentes dimensões do conflito em reportagens que descrevem os eventos que conduziram ao deflagrar da guerra, assim como o seu impacto na sociedade, e a história dos refugiados palestinianos no Líbano, após a partição da Palestina.
Morreu em Lisboa, em janeiro de 1998.

Dimensão
19 unidades de instalação

Estado de Tratamento
Parcialmente tratado.