O decreto nº 128/88, de 31 de Dezembro de 1988, criou o Arquivo Histórico Nacional, com o objetivo de conservar, organizar, preservar e divulgar o património arquivístico nacional.
Em 9 de Dezembro de 2012, o governo de Cabo Verde aprovou a nova orgânica do Ministério da Cultura, adoptando a designação de Arquivo Nacional de Cabo Verde (sucedendo ao Instituto do Arquivo Histórico Nacional).
Instalado no edifício onde funcionou a Alfândega da Praia, o Arquivo Histórico vem implementando várias acções, tais como: inventários arquivísticos; transferências dos documentos que se encontravam dispersos pelos diversos concelhos; tratamentos arquivísticos, acções de formação; projetos de microfilmagem, digitalização e informatização. Todas essas acções visam valorizar e tornar acessível o património que conserva.
Apesar de se encontrarem nos arquivos portugueses e de outros países os documentos mais antigos e valiosos de diversas instituições que fizeram parte na administração cabo-verdiana, o ANCV conserva documentação de grande interesse para o estudo da nossa história e da nossa cultura – ocupando cerca de 6000 metros lineares de prateleiras, e são constituídos por livros de registos e documentos avulsos produzidos essencialmente pelos serviços da Administração Central, Câmaras Municipais, Igrejas, Registos e Notariados e pelos Tribunais.
Para melhorar os serviços prestados aos utilizadores e acompanhar o desenvolvimento que acontece noutras paragens, o ANCV vem implementando políticas de modernização, sobretudo no que concerne a informatização, digitalização, legislação, formação e utilização de normas internacionais de descrição arquivística.
No que concerne à informatização, os serviços da Sala de Leitura, da Biblioteca e do Sala de Pesquisa estão informatizados, ligados a Internet. O ANCV dispõe de programas informáticos: CDS/ISIS e WINISIS, criados pela UNESCO e DOCBASE, criado pela Universidade de Aveiro para a gestão de documentos de Arquivo e Bibliotecas. Através destes programas foram criadas bases de dados para a gestão dos arquivos, de monografias, de publicações periódicas, de documentos iconográficos e de cartografia, disponíveis no seu Website.
O ANCV vem acompanhando os progressos que se verificam a nível internacional no tocante à normalização da descrição de documentos de arquivos, recorrendo à utilização da norma ISAD (G) proposta pelo Conselho Internacional de Arquivos à comunidade arquivística internacional.
Inserida na acção de divulgação dos seus produtos documentais, o ANCV, vem publicando com regularidade instrumentos de pesquisa, com destaque para os seguintes:
1.Repertório Numérico Simples do Fundo Arquivístico da Secretaria-geral do Governo1803-1927, Arquivo Histórico Nacional, 1994, 638 p.
2. Repertório Numérico Simples do Fundo (A IR), da Secretaria-geral do Governo: livros de registo 1674 – 1954, AHN, 1997, 155 p.
3. Repertório Numérico Simples do Fundo Arquivístico da Administração do Concelho da Praia: B1 – (1868 – 1975), AHN, 1998, 410 p.
4. Repertório Numérico simples do Fundo Arquivístico da Repartição Provincial dos Serviços da Administração Civil: 1907 – 1979, AHN, 2004, 856 p.
5. Repertório Numérico Simples do Fundo Arquivístico do Instituto do Trabalho, Previdência e Acção Social: (1924 -1986), AHN, 2004, 356 p.
6. Repertórios das Conservatórias e Registos Civis de: Santiago, Santo Antão, São Vicente, Boa Vista, São Nicolau e Sal
7. Bibliografia Nacional, (1975 – 1995), Vol I , AHN, 1996
8. Bibliografia Nacional, (1839 – 1974), Vol II , AHN, 1997
9. Catalogo de publicações periódicas (1842 – 1998), Vol, I, AHN, 1998
Com o objectivo de preservar os documentos ameaçados, nomeadamente os mais frágeis, os mais raros e os mais consultados, o IAHN investiu nos projectos de microfilmagem e digitalização. Em 1997, através da cooperação francesa adquiriu um equipamento de microfilmagem. Em 2002, no âmbito do Projecto Trafico de Escravos, através da UNESCO, conseguiu alguns computadores e scanners, que permitiu-lhe digitalizar e disponibilizar na Internet os documentos referentes a escravatura conservados no IAHN. Recentemente com a cooperação portuguesa, recebeu um equipamento mais adequado que vem sendo utilizado na digitalização dos acervos arquivísticos e bibliográficos.
Com intuito de estabelecer e de reforçar relações institucionais em várias áreas, com destaque no domínio do património arquivístico e documental o ANCV assinou protocolos de cooperação com várias instituições, e está em negociação com outras.
Afim de recuperar os arquivos que foram levados para fora do país durante o período colonial, o ANCV já iniciou e vai continuar a estabelecer contactos e cooperação com parceiros e instituições, nomeadamente com as Bibliotecas e os Arquivos de Portugal e de Espanha.
A criação de um Arquivo audiovisual é, por outro lado, uma das preocupações antigas do Instituto do Arquivo Histórico Nacional.
Também a necessidade de promover a implantação de uma Rede Nacional de Arquivos, ou seja de desenvolver mecanismos de articulação, cooperação e comunicação entre múltiplos repositórios do património arquivístico nacional, decorre sobretudo de uma crescente exigência tanto das estruturas administrativas, como da comunidade cientifica nacional, face a dificuldade de acesso às fontes de informação arquivística. A dispersão tanto física como intelectual de unidades arquivísticas coloca dificuldades, e por vezes impossibilidade em aceder aos fundos de arquivos pertinentes para determinados projectos de investigação.