Arquivo constituído por documentos ilustrativos de vários momentos da oposição ao Estado Novo em que Teófilo Carvalho dos Santos participou, nomeadamente documentos referentes às campanhas eleitorais de Norton de Matos, Humberto Delgado e Quintão Meireles, e à atividade da oposição democrática na campanha para as eleições legislativas de 1969, e outras atividades políticas do MUNAF, do MUD, da ASP e do PS.
No que diz respeito ao pós-25 de Abril de 1974, este acervo contém vários discursos de Teófilo Carvalho dos Santos e documentação inerente à sua atividade na Assembleia da República e, bem assim, diversa documentação relacionada com Alenquer e região envolvente, onde exercia a sua atividade profissional.
Faz ainda parte deste fundo uma coleção de fotografias e imprensa.
Fundação Mário Soares e Maria BarrosoAdvogado e político.
Teófilo Carvalho dos Santos nasceu em Almeida, a 4 de setembro de 1906. Filho de Joaquim Carvalho dos Santos e Gracinda dos Reis Carvalho.
Estudou em Lamego e em Viseu, ingressando na Universidade de Lisboa, onde se formou em Direito em 1932, desenvolvendo intensa participação nas greves académicas contra a ditadura. Eleito representante dos estudantes ao Senado Universitário.
Iniciado em 1931 na Maçonaria, adotando o nome simbólico de Caçoila, atingiu, em 1985, o grau 33. Enquanto revolucionário ativo e permanente, entrou em todos os movimentos que intentaram restaurar a democracia em Portugal, fazendo em muitos deles a ligação entre os sectores civil e militar.
Elemento entusiasta dos movimentos da Oposição Democrática, Teófilo Carvalho dos Santos participou no Movimento de Unidade Nacional Antifascista (MUNAF) e foi um dos promotores da reunião no Centro Almirante Reis, onde foi criado o Movimento de Unidade Democrática (MUD), para cuja comissão central foi eleito. Interveio ativamente em todas as campanhas eleitorais da oposição para a Presidência da República, sendo também candidato oposicionista às eleições legislativas de 1969 (CEUD) e 1973 (CDE).
Preso pela polícia política diversas vezes, foi um dos fundadores do jornal clandestino Tarrafal, estando presente em todos os movimentos que antecederam a Acção Socialista Portuguesa (ASP), que, em 19 de abril de 1973, deu lugar ao Partido Socialista (PS). Radicado em Alenquer, exerceu sempre a profissão de advogado.
Após 25 de Abril de 1974, foi membro da Comissão Política Nacional do PS, sendo eleito, em 1975, deputado à Assembleia Constituinte. Sucessivamente eleito deputado à Assembleia da República nas listas do PS, veio a desempenhar as funções de presidente daquele órgão de soberania de outubro de 1978 a janeiro de 1980. Agraciado com a Ordem Militar de Cristo e com a Ordem da Liberdade.
Morreu a 24 de março de 1986.
Em 10 de junho de 1993, foi-lhe atribuída, a título póstumo, a medalha de ouro do Município de Alenquer "por serviços excepcionais".
25 unidades de instalação
Parcialmente tratado