A coleção Artur Pinto está, maioritariamente, relacionada com o movimento estudantil da década de 1960, incidindo em particular no período entre 1962 e 1965, durante o qual Artur Pinto frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, tendo sido dirigente da respetiva Associação Académica.
A documentação relacionada com a Crise Académica de 1962 constitui um dos principais conjuntos, destacando-se ainda várias fotografias que ilustram não só diversos momentos da Crise de 1962, mas também outras concentrações de estudantes nos anos subsequentes, até 1965, incluindo aspetos da atuação repressiva da PIDE. Existe ainda um grupo de comunicados de estudantes universitários afetos ao Estado Novo.
Além de documentação relacionada com o movimento estudantil, Artur Pinto cedeu também para reprodução, por ocasião da preparação da Exposição A Voz das Vítimas, realizada no Aljube, um conjunto de crachás da PIDE/DGS.
Fundação Mário Soares e Maria BarrosoDirigente estudantil.
Nasceu em 1942. Militante da oposição contra o Estado Novo desde a sua juventude, participou na campanha eleitoral da candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República, em 1958.
Frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa entre 1961 e 1965, tendo sido dirigente estudantil entre 1963 a 1965. Preso político de janeiro a agosto de 1965, sendo julgado em Tribunal Plenário. Integrou a Comissão Democrática Eleitoral (CDE) em 1969.
Em 1974 colaborou com o Serviço de Coordenação da Extinção da PIDE/DGS, na contenção da intentona do 28 de Setembro. No ano seguinte integrou a equipa do Secretário de Estado da Organização Regional e Local, no IV Governo Provisório. Fez parte da Associação de Amizade Portugal-Cuba e, enquanto seu vice-presidente, integrou uma delegação que se deslocou a Cuba em 1980. Em 1982 fez parte da delegação portuguesa no Encontro Europeu das Associações de Amizade com Cuba, realizado em Madrid.
Foi um dos fundadores, em 2005, do Movimento Cívico Não Apaguem a Memória, integrando a Comissão Coordenadora. Organizou e coordenou, em julho de 2006, uma concentração de ex-presos políticos na antiga cadeia do Aljube e promoveu um abaixo-assinado pela "exigência da recuperação do edifício do Aljube como local de memória da resistência ao fascismo", tendo feito parte da delegação que foi recebida na Assembleia da República para entrega da petição pública, de que resultou, em 2008, a aprovação de uma resolução pela AR sobre a preservação da memória da resistência à ditadura.
Colaborou na organização da exposição "A Voz das Vítimas", entre 2010 e 2011, que se realizou no edifício da antiga cadeia do Aljube. Criou e coordenou, desde 2002, a Comissão para as Comemorações da Crise Académica de 1962, de que se destacam as do Cinquentenário, tendo coordenado a publicação do livro evocativo "100 Dias Que Abalaram o Regime", editado em 2012.
Membro do Conselho Consultivo do Museu do Aljube – Resistência e Liberdade, inaugurado em 2015, do Conselho Nacional da Associação de Amizade Portugal-Cuba, e do Conselho Fiscal da Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória.
4 unidades de instalação
Parcialmente tratado