Instituição: Arquivo & Museu da Resistência Timorense Pasta: 08023.137Título: Entrevista a Lu Olo no programa radiofónico Tuba Rai MetinAssunto: Nasceu em Osu, em 1954. O pai contava histórias da guerra japonesa. Estudou na sua terra natal até à 4ª classe. Adquiriu livros sobre Cuba e sobre os Movimentos de Libertação Africana. Simpatiza com a FRETILIN, passando a ser militante activista. Muitos acusam-no de comunista. D. Martinho da Costa Lopes pediu-lhe que ensinasse em Osu. Durante o Golpe da UDT foge para Díli. Presenciou a invasão. Fugiu com Olo Kasa para Ponta Leste, eleito vice-secretário de Osu, Mau Hodu para Secretário. Delegado do Comissariado da Ponta Leste. Em 1979 a Base foi desmantelada, no entanto conseguiu sair com Olo Kasa e Serakey. Ainda nesse ano, procurou a Direcção da Luta e encontra-se com Hermenegildo Alves. Esperou por orientações, que nunca recebeu. Em 1980 soube que Xanana Gusmão estava vivo. Refere-se à Reorganização Nacional. Diz que não participou na Conferência Nacional em 1981. Foi Adjunto do Centro-Leste. Fala do Levantamento Nacional, Krarás, em 1983. Em 1987 foi Adjunto do Centro-Leste. Trabalhou com Konis Santana até 1992, e após a sua morte assumiu a liderança da Comissão Directiva da FRETILIN. Opôs-se à linha do partido que defendia a transferência da liderança para o exterior. Referência à Conferencia de Sydney, em 1998. Sustenta que a criação do Partido Marxista-Leninista, aceite pela maioria, foi como que uma homenagem aos líderes tombados em combate. Aborda o conflito que surgiu em 1984, envolvendo Kilik, Mauk Moruk, Oka e Ologari. Diz que pretendiam criar um outro Comité Central. Entende que a situação nada ajudou a democracia. Veio a assumir o comando da 3ª companhia, perto de Ologari. Aborda o cessar-fogo e Karás; e a criação da Brigada Vermelha, com Ologari e Mauk Moruk. Afirma que, à data, entre Xanana Gusmão e Kilik reina divergência a política, no entanto, a nível particular mantêm uma boa relação. Referindo-se à rede clandestina, diz que se vai desenvolvendo lentamente, tal como sucedeu durante o período das Bases de Apoio. Faz uma abordagem à Direcção de CNRM; contra-guerrilha, repovoamento, estratégia territorial e Transmigração. Explica a necessidade duma política de Unidade Nacional, referindo-se ao papel da Igreja no processo. Permaneceu em Salau, Soibada, durante 10 anos. Lamenta a situação daqueles que contribuíram para a luta - Guilherme, Bi Barani, Lalatak, Mau Gadi; foram detidas as famílias que os escondiam e ainda assim não revelaram nomes ao inimigo. Destaca o valor das populações de Soibada, e de todos os timorenses: presta-lhes homenagem em nome do sacrifício e da coragem ao longo dos anos de luta. Enfrentaram a chuva, o vento, os relâmpagos. Sustenta que a constituição é algo vazio para todos estes.; [Tétum: Moris Ossu 1954. Aman konta funu Japonesa. Escola Ossu to’o 4a klasse. Ba Xavier Amaral nia escola. Hetan livru kona ba Cuba, estuda; nomos kona ba Africa. Simpatiza ho Fretilin, simu kartaun, aktivista. Ema akusa komunista. Dom Martinho husu atu hanorin iha Ossu, halo tinan ida. Golpe halai ba Dili. Invasaun haree. Halai ho Olocasa ba Ponta Leste, sai visi-sekretariu ba Ossu, Mau Hudu Sekretariu. Delegadu komisariadu Ponta Leste nian. 1979 Base Rahun rende, sai ho Olocasa no Serakey. 1979 buka direksaun, hetan Hermengiilio Alves. Depois hein orden, nebe la mai. 1980 rona Xanana Gusmao moris, kontente fali. Oinsa reorganisasaun. La partisipa iha Konferensia Nasional iha 1981. kargu Adjunto Centro-Leste. Klandestiidade ho desisaun militar, kuadru medio deit. 1983 levantamentu Kraras,. Oinsa estrategia, nomos processu kontak dame. Rompe tanba enemigu atu deskobre rede klandestina. 1987 Adjunto Centro-Leste. Servisu ho Konis Santana to’o 1992, Konis Santana mate, nia simu kargu Komisaun Direktiva Fretilin nian. La simu trensferensia lideransa ba liur. Oinsa lideransa kolektiva nebe halo iha konferensia iha Sydney 1998. 1975 – 1979: oinsa halao servisu Sekretariu da Zona. Disiplina iha ai-laran. Papel du;lu. Iha CNRT: separasaun duni entre politika ho militar. Partidu Marxista-Leninista hanesan homenagem ba matebian sira. Maioria aseita. 1984: konfliktu wainhira atu halakon formalmente. Kilik, Mauk Moruk, Oka, Oligar la konkorda, sai krise boot. Sira atu harii comite central seluk, parese golpe fali atu mosu. Situasaun la fo ba demokrasai. Xanana gusmao fo lista tiha ba fulan tlu. Niahela ho 3a companhia, besik Oligari sira tempu neba. Tempu Kraras: Harii rigada Vermelha ho Oligari, Mauk Moruk sira. Relasaun Xanana Gusmao ho Kilik hanesan divergensia politika deit, partikular relasaun diak. Klandestinidade lao kleur hanesan hahu iha Base de Apoio. Direksaun CNRM nian (Hanesan direksaun barak mak mate iha Laline). 1987: kontra-guerilha, repovoamentu, estrategia territorial. Oinsa loke estradas atu isola forsa. Transmigrasaun mos. Presiza politika Unidade Nasional tanba sa; papel Igreja nian. Cruzeiro hanesan fatin susar ba enemigu sira…. Hela iha Salao, Soibada tinan 10 Oinsa hanoin fali ema neba, Guilherme, Bi Barani, Lalatak, Mau Gadi; kaer familia nebe subar sira, nunca hatete sai. Valor ba ema Soibada, nomos timor: homenagem, sakrifisiu, koragem. Udan, anin, tarutu; hanoin fali sira. Konstituisaun hanesan buat ida mamuk ba ida ne’e.];Fundo: Arquivo da Resistência Timorense - USAidTipo Documental: AudioDireitos: A publicação, total ou parcial, deste documento exige prévia autorização da entidade detentora.
Citação:
(2002), "Entrevista a Lu Olo no programa radiofónico Tuba Rai Metin", Fundação Mário Soares / Arquivo da Resistência Timorense - USAid, Disponível HTTP: http://www.casacomum.org/cc/visualizador?pasta=08023.137 (2024-11-23)