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República/Francisco Vieira de Almeida
Coleção constituída por 950 exemplares do jornal República, publicado entre os anos de 1911 (fundação) e 1916, com algumas séries temporais mensais completas (11 volumes encadernados).
Fundado em 15 de janeiro de 1911 por António José de Almeida, destacado dirigente republicano e, mais tarde, Presidente da República (1919-1923), data em que abandona o cargo de diretor. Ligado desde o início a figuras de relevo da maçonaria portuguesa, sobreviveu à instauração do Estado Novo e evidenciou-se, em parceria com o Diário de Lisboa, na luta contra a ditadura salazarista. Em 1972 passou por uma profunda transformação, em que desempenhou um papel de destaque o jornalista e maçon Raul Rêgo, que substituiu Carvalhão Duarte na direção. O jornal passou então a contar com colaborações de personalidades relevantes da oposição, como Mário Soares e Gustavo Soromenho, e com uma nova equipa redatorial em que se destacavam Mário Mesquita, Alberto Arons de Carvalho, Jaime Gama, António Reis, José Jorge Letria e Álvaro Guerra. Suspendeu a publicação regular em janeiro de 1976, após uma forte agitação interna na sequência das divisões político-partidárias criadas durante o PREC (o chamado "caso República").

Nota biográfica/Institucional
Professor, filósofo e escritor.
Francisco Lopes Vieira de Almeida nasceu em Castelo Branco, a 9 de agosto de 1888.
Licenciado e doutorado pela Faculdade de Letras de Lisboa em Filosofia, ingressou como docente na Universidade pelo grupo de História em 1915. Em 1921, regressou à área de Filosofia, de que se tornou catedrático em 1930, leccionando na Faculdade de Letras até 1958.
Francisco Vieira de Almeida marcou a vida filosófica e cultural da primeira metade do século XX, enquanto professor e cidadão.
Declarando-se monárquico, na esteira de Pequito Rebelo e Hipólito Raposo, aproximou-se gradualmente de sectores republicanos, participando na fundação, em 1923, da Revista dos Homens Livres ("livres das Finanças e livres dos Partidos"), em que se encontravam nomes como António Sérgio, Raul Proença e Jaime Cortesão, ligando-se mais tarde à revista Seara Nova, em especial através de Câmara Reys.
Opositor declarado da Ditadura Militar e do Estado Novo, Vieira de Almeida apoiou numerosas iniciativas de restauração da democracia, mantendo o seu posicionamento nas fases de maior repressão do regime.
Foi um dos proponentes da candidatura do general Humberto Delgado, figurando ao seu lado na conferência de imprensa no Café Chave d'Ouro, no dia 10 de maio de 1958, na qual o general, quando interrogado sobre Salazar, respondeu com a frase: "Obviamente, demito-o".
No ano seguinte, Vieira de Almeida, Jaime Cortesão, António Sérgio e Azevedo Gomes convidaram os socialistas Aneurin Bevan e Mendès-France para conferências em Portugal, que foram proibidas, sendo presos os quatro organizadores.
A obra filosófica de Francisco Vieira de Almeida, em que se encontram trabalhos sobre Lógica, Estética, Epistemologia e História, foi editada pela Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 1986-1988), organizada e apresentada por Joel Serrão e Rogério Fernandes.
Morreu em Cascais, a 20 de janeiro de 1962.

Dimensão
9 unidades de instalação

Estado de Tratamento
Integralmente tratado