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Revistas de Ideias e Cultura
As revistas constituem fontes primordiais da história cultural e política do século XX.
Na era da imprensa e do entusiasmo ilustrado, os periódicos de ideias e cultura tornaram-se as personagens coletivas do espaço e do debate públicos.
Os grandes autores distinguiram-se, então, como redatores e, em muito casos, também como diretores de órgãos de pensamento, crítica e ação, nos quais publicaram os manifestos, os artigos e as peças literárias com que teceram, em grande medida, a sua reputação.
A afirmação e a evolução das correntes doutrinárias de maior relevo, a proclamação e a efetivação dos movimentos literários e artísticos inovadores, a intransigência crítica dos combates cívicos decisivos encontraram na revista o meio adequado para se formularem, publicitarem e conquistarem os espíritos.
Embora sujeitos a edição periódica, os títulos de maior destaque só aparentemente se mostraram efémeros, pois constituíram uma forma peculiar de unir, com pertinência, a reflexão de fundo e a criação literária às questões suscitadas pela leitura dos tempos.
Foi em torno de "A Águia", "Alma Nacional", "Nação Portuguesa", "A Sementeira", "Orpheu", "Contemporânea", "Seara Nova", "Presença", "O Diabo", Sol Nascente", "Vértice", "O Tempo e o Modo", "Raiz e Utopia", entre muitas outras revistas, que as correntes de opinião e de gosto que constituíram os trajectos culturais e políticos do século passado encontraram referência e alento, em muitos casos, ao longo de décadas sucessivas.
O reconhecimento da natureza fulcral das revistas na história cultural e política recente coloca, pela própria natureza destas publicações, problemas específicos e complexos: as coleções de alguns títulos apresentam-se muito extensas e de consulta difícil, o teor geral de cada periódico distingue-se frequentemente pela variedade e pela inconstância, a memória de muitos periódicos conserva-se subsidiária dos conflitos culturais em que estiveram envolvidos.
À luz destas considerações gerais, impõem-se dois tipos de iniciativas.
Urge, em primeiro lugar, facultar o acesso corrente às coleções completas das revistas com alcance cultural e político significativo, propósito que determina a sua inclusão na plataforma Casa Comum.
Releva, em segundo lugar, possibilitar a consulta destes periódicos a partir de índices sistemáticos de autores, conceitos, assuntos e recepções, acompanhados, naturalmente, por estudos específicos e pela reprodução de documentos significativos, o que justifica a remissão do leitor deste Portal para os sítios onde estes materiais se encontram disponíveis.

Instituição
Seminário Livre de História das Ideias FCSH/UNL

Nota biográfica/Institucional
O Seminário Livre de História das Ideias associa a atividade originária de reflexão conjunta e permanente no âmbito da Teoria e História das Ideias ao trabalho coletivo de investigação nos domínios da história cultural e politica portuguesa contemporânea.
A pesquisa do SLHI começou por se centrar no período da revolução liberal (de que resultou a publicação de "Lisboa, 1821". "A cidade e os políticos", em 1996, e de "Dicionário do vintismo e do primeiro cartismo", em 2002), tendo inflectido para a história dos intelectuais ("Dreyfus e a responsabilidade intelectual", publicado em 1999) e, subsequentemente, para as revistas de ideias e cultura portuguesas do século XX, quer no que respeita ao estudo dos movimentos de intelectuais associados a estes periódicos ("Revistas, ideias e doutrinas. Leituras do pensamento contemporâneo", 2002, e "O tempo das revistas", 2009), quer no foro da sua reedição electrónica de acordo com padrões científicos e técnicos inovadores ("Alma Nacional", em 2004, "Estudos Sociais", em 2005, "O Tempo e o Modo", em 2006 e 2008, entre outros títulos).
As atividades de investigação e de edição desenvolvidas têm contado com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, da Assembleia da República, da Biblioteca Nacional de Portugal, da Fundação Mário Soares, do Centro Nacional de Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian.
A conclusão do projeto de investigação e publicação em execução permitirá facultar o acesso universal, por via eletrónica, a muitas das revistas de ideias e cultura portuguesas mais representativas do século XX, a partir de instrumentos de consulta resultantes da indexação de todas as peças publicadas, assim como disponibilizar a todos os interessados estudos monográficos actualizados e documentação conexa diversificada.
Desde junho de 2007, o trabalho de pesquisa desenvolvido pela equipa do SLHI decorre, com autonomia, no âmbito da atividade do Centro de História da Cultura da Universidade Nova de Lisboa.

Estado de Tratamento
Integralmente tratado